A 13 de junho celebra-se o nascimento de Fernando Pessoa, o enigmático poeta português que não encontra paralelo na produção literária do Modernismo português. Para reconstituir o seu percurso biográfico, recorramos aos versos de Alberto Caeiro: "Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas—a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra coisa todos os dias são meus." Opostamente a esta aparente simplicidade, sabemos que dentro de si estava um mundo de teias de pensamento que produziu uma notável obra bem distante da linearidade e que nos oferece, nos traços do fingimento, muitos lados de um mesmo poliedro. No seu filme “Como Fernando Pessoa Salvou Portugal” (2018), Eugène Green relembra o slogan que, em 1928, Pessoa escreveu, pela mão de Álvaro de Campos, para o lançamento da Coca-Cola em Portugal: “Primeiro, estranha-se. Depois, entranha-se”. Recuando aos anos 20, mais especificamente ao ano de 1927, v