As bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas de
Condeixa-a-Nova têm vindo a dedicar uma semana em dezembro para a
reflexão em torno dos Direitos Humanos, comemorado anualmente a 10 de dezembro,
a data em que a Declaração Universal dos Direitos
Humanos foi adotada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas (1948). Os direitos inalienáveis de todos os
povos do mundo, independentemente da sua raça, cor, religião, do sexo, idioma,
da opinião política ou outra, origem nacional ou social, propriedade, do
nascimento ou de outro estatuto, são anualmente lembrados, em articulação com a
atividade desenvolvida pelos docentes no âmbito da disciplina de Cidadania e
Desenvolvimento, eventualmente dando origem a Domínios de Autonomia Curricular
(DAC).
Na verdade, não faz
sentido celebrar a época natalícia sem efetuar este caminho de problematização
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com a necessária reflexão e
discussão das possibilidades de atuação individual, no sentido de promover a
sua efetiva universalidade. O reconhecimento de um conjunto de Direitos
Humanos e a consciencialização dos atos/atitudes individuais no quotidiano que,
em cada contexto, podem facilitar uma atualização do documento para a construção de um mundo melhor são práticas aconselháveis e necessárias. Utopia? Sonho intangível?
Tal como o Pai Natal, que
anualmente nos visita no seu trenó de ilusões, consentidamente acolhido pela
população mundial com luzes e biscoitos (e eventual copo de leite para a
viagem), também a revisitação desta matéria de profunda humanidade é emergente, porque nesta reflexão se poderá fundar a mudança. Note-se
que até o benemérito de barbas brancas questiona as crianças sobre os seus atos
durante o ano (os que prevaricam, não recebem presente). É neste balanço ético e na defesa da garantia de um bem comum, baseado no respeito pelo
outro e na prevalência dos direitos individuais, que se baseia a ação pedagógica.
Importa, acima de tudo,
insistir na mensagem de que, independentemente das razões subjacentes à sua
emergência e publicação legal, num tempo e num lugar historicamente situados,
a consagração dos Direitos Humanos é fundamental para o respeito e a humanização nas sociedades.
Afinal, é esta a mensagem
do Natal autêntico, aquele que traz consigo o menino desejado, capaz de
transformar o mundo. Estamos, pois, perante uma aproximação intrínseca, diria
mesmo umbilical, que coloca na mesma linha a festa do Natal e a celebração do
Homem.