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Ruben A. | Centenário (1920- 2020)

Ruben A. nasceu a 26 de maio de 1920, em Lisboa.  e afirmou-se como um homem singular que que se revelou através de uma literatura desviante, fora dos cânones, inspirada pelo advento do surrealismo e o espírito do pós-guerra. Formado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, foi docente na área da Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Londres entre 1947 e 1952. Forçado a regressar ao seu país, por imposição do regime ditatorial, sentiu a estranheza natural de um ser inadaptado. 

Na verdade, a sua escrita distingue-se pelo recurso a inteligentíssimos jogos de linguagem, desconstrução dos eixos narrativos tradicionais, subversão cronológica dos eventos passados e, claro, pela crítica irónica a uma certa forma de ser português. Os romances "Caranguejo" (1954), escrito de trás para a frente, sem numeração de página, e "A Torre da Barbela" (1964), onde o autor funde a ficção biográfica e a ficção histórica são os exemplos mais cabais da sua autenticidade enquanto escritor. A segunda metade da década de 60 será marcada pela publicação dos três volumes autobiográficos O Mundo à Minha Procura, onde percorremos alguns dos seus passos. Primo direito de Sophia de Mello Breyner Andresen, ambos partilharam a infância na Quinta do Campo Alegre). Na sua adolescência e juventude, conviveu com Agostinho da Silva, seu professor e de quem ficou admirador da sua ética e da sua enorme capacidade intelectual. Em Coimbra teve o seu primeiro grande amor e conheceu Miguel Torga. Fez várias  viagens que lhe abriram novos horizontes, como à Áustria, à Alemanha e à Hungria. Qualquer fronteira era para si um estrangulamento.

Ruben Alfredo Andresen Leitão morreu em Londres, a 26 de setembro de 1975, onde tinha chegado há três dias, para lecionar em Oxford. Deixou-nos um legado notável, do qual deixamos em breve exemplo.

João Meireles dos Artistas Unidos destacam um excerto de «A Torre da Barbela»

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Conhece a obra de Michel Tournier sobre a história de um náufrago? Editada em 1971, esta é uma narrativa que surge da adaptação para os mais jovens do livro "Sexta-feira ou os limbos do pacífico" (Vendredi ou les Limbes du Pacifique), do mesmo autor. Relata a história  de Robinson, um homem que, em meados do século XVIII, dirigindo-se ao continente americano para efetuar  trocas comercias entre o seu país e o Chile , sofreu um terrível naufrágio, ficando a viver numa ilha desabitada. Já no século XVIII se havia escrito sobre a história de Robinson Crusoe, num romance da autoria de Daniel Defoe, publicado em 1719, no Reino Unido. Na verdade,  foi originalmente expedido em forma de folhetim, por episódios, no jornal The Daily Post . "Robinson não poderá nunca voltar ao mundo que deixou. Então, palmo a palmo, edifica o seu pequeno reino. Tem uma casa, fortalezas para se defender e um criado, Sexta-Feira, que lhe é dedicado de alma e coração. Tem mesmo um cão, que envelhece

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